O caso Rafinha Bastos

Rafinha Bastos, na bancada do CQC, após a exibição de uma entrevista com a cantora Wanessa Camargo, que está grávida, disse que "comeria ela e o bebê". Eu estava assistindo o programa e nem prestei muita atenção. Provavelmente estava fazendo outra coisa, como trabalhar ou navegar na Internet, típico do nosso universo multimídia. Ouvi algo do tipo "comeria", entendi que ele quis se referir a cantora como "gostosa" e pronto.
Pronto nada! O estrago estava feito. O maridão (com razão) não gostou, ela certamente também não, e começaram a mover exércitos. Resultado: Rafinha foi afastado da bancada do CQC, e dizem que ele pediu demissão da Band, alegando que não saberia mais o que dizer ou não dizer na bancada depois do episódio. Nesse ponto, concordo com ele.
O Rafinha exagerou, claro. Mas quantos exageros não se cometem em programas como CQC e Pânico, frequentemente recheados com piadas grosseiras, machistas, preconceituosas? Falar mal de político pode, claro! Gays, gordos, e outras minorias nunca são esquecidos. Mas ninguém acha ruim, porque faz parte desse tipo de humor e, quem não gosta, tem a opção de mudar de canal.
E como contornar a pisada de bola do Rafinha? Pedir desculpas no ar? Impossível, pois senão toda semana teriam que fazer dois ou três desagravos por programa, no mínimo. Afastar o humorista, como fizeram, significa admitir que realmente esse tipo de comportamento não é tolerado. Ok. Mas qual será daqui para frente? Complicado, não?
Ouvi dizer que o casal pretende processar criminalmente Rafinha por injúria. Eu, como advogado, não vejo muita chance disso prosperar. Não vi nenhuma ofensa a dignidade ou decoro da cantora. O humorista exagerou na piada e foi grosseiro. Grosseria não é crime. E vou além. Se os ofendidos não tivessem tornado pública sua indignação, o assunto teria desaparecido da mídia em uma semana no máximo, e a frase não teria passado de um breve viral na Internet. Portanto, creio que um pedido de desculpas privado, feito pelo "ofensor" aos "ofendidos" seria de bom tom. Não sei se aconteceu. Mas baixaria as tensões, diminuiria o desejo de crucificarem Rafinha, e afastaria qualquer processo criminal.
Será que esse episódio coloca esse formato de humor em xeque, ou não passará de um fato isolado, apesar dos desdobramentos, que ainda não sabemos como irá terminar?
Para ser sincero, eu vejo tudo isso como um grande exagero...

Comentários

Unknown disse…
Exagero enorme, diga-se de passagem.. Humor é humor! Ri quem achar engraçado. Liberdade de expressão significa falar o que quiser e ouvir o que não quiser. Processos judiciais deveriam ser abertos apenas para assuntos mais sérios. Discussões ou mal entendidos são coisas para serem discutidas entre seres humanos, não em um tribunal.
cleia disse…
eu tambem concordo
cleimar disse…
acho que não e nem um pouco em graçado
Patty disse…
foi ate engraçado kkkkkkkkk

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