Como superar 2020?

Mais estranho do que retomar um blog após uma década, é falar sobre o ano 2020. Quem poderia imaginar o que estava por vir?
Há tempos os cientistas nos alertam sobre os riscos de uma pandemia, mas nunca levamos a sério. Em 2009 houve um breve ensaio, mas nada que se compara ao que estamos vivendo hoje. Pior que isso, antes, só a pandemia de gripe espanhola. E, diga-se de passagem, bem pior.
Quando o vírus chegou ao Brasil em meados de março, preparei-me para um isolamento de cerca de 3 meses, contando com o que havia acontecido na China. Mas 10 meses já se passaram, e seguimos contando...
Aqui no Brasil, sobram doentes e mortes, e falta consenso. Pandemia x Economia. Hidroxicloroquina e Ivermectina ou Novalgina e repouso. Até o uso de máscaras é questionado. E as vacinas, quando serão injetadas nos braços de quem as quiser? Sobram dúvidas e faltam certezas. Mas, se há alguma certeza, ela reside na completa falta de senso coletivo e empatia que vimos neste final de ano. A quantidade de festas e aglomerações, promovidas por todas as classes sociais, com pessoas, em grande maioria, na faixa etária dos 20 e 30 anos, para mim, foram chocantes!
Numa dessas tantas festas, o cantor, ou seja lá o que for, puxou um coro tão macabro quanto desprezível:
 "Pau no cu do mundo!"
Sempre houve por aqui um grande desprezo, pelos jovens, aos mais velhos. Mas nunca vi nada parecido com isso, pois já se tornou até cansativo repetir que a grande maioria dos jovens contrai o vírus e sequer manifestam sintomas, que vão se agravando dramaticamente confirme a idade.
Então, esse "pau no cu" foi dirigido exatamente a essas pessoas que podem ser infectadas e, eventualmente, morrer. Simplesmente porque não aguentam mais o isolamento social, se dizem cansadas, esgotadas e, afinal, morrer é o destino de todos. Menos o deles, logicamente. Sobra pretensão, egoísmo e arrogância. Falta empatia e amor ao próximo. Por isso tudo, nestes últimos dias do ano, me questionei muito sobre como conseguiremos voltar a conviver normalmente com essas pessoas, como se nada tivesse acontecido, ou, em outras palavras, como perdoar essa gente que, para satisfazer seus desejos, não se importaram se a perda de vidas humanas? Honestamente, não sei como superar isso!


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