Eu, o amor romântico, e as novelas


Olhando no espelho, do nada me veio uma lembrança à cabeça.

Eu, com 6 anos, num passeio da escola, de ônibus. Ao meu lado, minha "namorada", toda feliz e sorridente. Era uma graça a menina. Ela tinha sido a princesa da festa junina e eu dancei com ela! Tenho a foto guardada, herança da minha mãe. Parecia um sonho realizado. E foi, tanto que me lembrei agora, passados mais de 30 anos. Mas peraí! Desde quando um garoto de 6 anos sonha viver um momento perfeito de amor romântico? Na mesma hora lembrei o quanto eu não gosto de novela. E entendi.

Meus pais separaram-se quando eu era bem pequeno, minha mãe saía para trabalhar e eu passava boa parte do tempo com a minha avó, assistindo as novelas que ela gostava. Naquela época, era uma televisão para cada família, e olhe lá. E vendia-se o amor romântico nas novelas o tempo todo. Hoje, não sei. Então, querendo ou não, fui guardando dentro de mim essa idéia de amor romântico.

Os anos se passaram e esse tal amor romântico das novelas que eu tanto esperei não apareceu. Ao contrário, colecionei algumas decepções e comecei a perceber que a vida não era exatamente como eu pensava. Fui aprendendo com minhas próprias experiências, acabei deixando o romantismo de lado, e passei a detestar as novelas. Acho que fiquei bravo. Me venderam ilusão e eu acreditei que era verdade.

A vida é feita de erros e acertos, felicidades e tristezas, e as histórias nem sempre tem um final feliz. Aliás, enquanto há felicidade, não tem fim. Talvez por isso hoje eu não goste de novelas. De festa junina, ainda gosto.

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